O mercado de trabalho entre 2012 e 2019: um olhar multidimensional

Patrícia Lino Costa, Patricia Pelatieri

Entre 2002 e 2014, o Brasil vivenciou um período de estruturação do mercado de trabalho com elevação do emprego com carteira assinada, da renda e redução de desemprego. A partir de 2015, o que se observou foi a reversão desse quadro, com aumento da desocupação e da informalidade, devido à uma forte crise econômica e política.

A tímida variação positiva no PIB a partir de 2017, não trouxe resultados expressivos para o mercado de trabalho. A relativa estabilidade da renda média do trabalho e ligeira queda do desemprego, veio acompanhada de um crescimento intenso da informalidade.

Por meio do Índice da Condição do Trabalho do DIEESE (ICT- DIEESE), é possível ter um olhar multidimensional sobre os resultados do mercado de trabalho e uma análise mais ampla do que com indicadores tradicionais. Por ser um indicador sintético, é possível perceber, ao longo do tempo, de que forma a deterioração ou a expansão do mercado de trabalho ocorre e se isso é positivo ou não.

O ICT varia entre 0 e 1 e é resultado da composição de três dimensões: ICT-Inserção Ocupacional, ICT-Desocupação e ICT-Rendimento. Quanto à interpretação e análise, o indicador não estabelece qual seria a condição ideal do trabalho, apenas indica que quanto mais próximo o valor do índice estiver de 1, melhor a situação geral do mercado de trabalho e, quanto mais próximo de zero, pior.

O objetivo deste artigo é analisar a trajetória do mercado de trabalho entre 2012 e 2019, por meio do ICT-DIEESE e ressaltar os principais impactos das mudanças na legislação e das medidas econômicas realizadas pelos governos em 2016 até 2019.

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