A singularidade da relação capital-trabalho nos anos 2000 no setor petroleiro

Cloviomar Cararine Pereira, Iderley Colombini Neto

Nas últimas décadas as formas de trabalho sofreram um grande processo de transformação. Conjuntamente com o processo de mudança econômica, social e política, estas passaram pela intensificação de um processo de desregulação, individualização e automatização. Enquanto em grande parte dos países ditos desenvolvidos esse processo se iniciou na década de 1980, no Brasil essas transformações se consolidam a partir da década de 1990, com uma forte liberalização comercial e financeira, desregulação do trabalho e privatização de grande parte das empresas estatais. Contudo, o setor do petróleo brasileiro, apesar da forte intencionalidade e mudanças provocadas pelo governo na década de 1990, se tornou um caso excepcional. A Petrobrás se tornou central para a uma certa estratégia desenvolvimentista do governo, a qual foi acompanhada da perspectiva do trabalho de uma regulação em moldes mais próximos aos regimes fordistas/keynesianos, por meio de uma grande intermediação do Estado, se consolidou uma estrutura social de fortalecimento do movimento sindical petroleiro, com a manutenção de altos salários e grande estabilidade empregatícia. Dessa maneira, pretendemos ao longo desse trabalho, apresentar a excepcionalidade do setor petroleiro brasileiro nos anos 2000, levando em conta a trajetória das relações capital-trabalho na Petrobrás.

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